Wednesday, June 24, 2009

A Fuga




No calabouço em que me encontrava, estava também um anão com fato cerimonial. Dei-lhe uma taulada e roubei-lhe o fato. Quando chegou á hora da cerimonia, abriram a porta e saí.

No meio do corredor disse que tinha que ir descarregar, porque a feijoada que nos tinham dado tinha-me desarranjado a tripa. Passados uns bons vinte e cinco minutos na casa de banho ocorreu-me a ideia de fugir. Mal acabei de ler o jornal escapuli-me de lá para fora. Para isso bastou seguir as tabuletas que diziam: "Saída de emergencia/fuga". Ainda hoje é o dia que admiro a organização daqueles tipos.

Não muito muito tempo depois vi luz solar entrar pela gruta dentro. "Estou perto da saída" - disse. Naquele preciso momento, apareceu-me um cão com duas cabeças. Era enorme, mas tinha uma voz de gato o que fez-me desatar a rir. Depois pensei que se o cao tinha duas cabeças, podia morder-me em dois sitios ao mesmo tempo, o que invalidava o velho truque de neutralizaçao de caes perigosos.

Afinal o cão era cego e não tive dificuldade em passar por ele. Lá ao fundo, como que a chamar por mim, vi a saída da gruta. Finalmente podia voltar para casa e limpar a merda dos sapatos...

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