Friday, July 3, 2009

O caso da paternidade



Os espiritos regentes do vulcão tinham feito um pacto com os Atlantes á milhares de anos atras. O acordo dizia que a caveira retornaria aos Atlantes assim que a humanidade estivesse preparada para conhecer as origens do seu Passado. Esse momento tinha chegado e cabia a mim essa ardua missão.
Depois de sair da cabana reparei que aquela dimensão estava habitada de seres fantasticos, desde duendes, gnomos, sereias e outros seres que nos habituamos a ver nas fábulas. Existiam também diversos palácios em levitação e espectros de luz a vaguearem nos ceus. O shamane, na sua forma de jaguar, disse-me que entra regularmente nesta dimensão para negociar com os espiritos das manadas a sua caça nas dimensões temporais e fisicas. Agora fazia sentido aquelas pinturas do Alto Paleolitico em que viamos animais a serem enquadrados no que pareciam ser redes ou cercas. Tratava-se da domesticação mágica desses mesmos animais.
Acabada a sessão shamane, senti-me francamente cansado. Dormi no acampamento shamane e, no dia seguinte, retomei a minha jornada ao direcção ao grande vulcão. Mal saí da aldeia apareceu-me a mulher asteca com quem tinha tido relações sexuais selvagens na noite anterior.
"Chilam balam! Chilam balam! Popol Vuh!" - disse ela em tom agressivo.
"Raios! Engravidei-a..." - pensei. Não tinha posto muita fé que aquela folha de palmeira enrolada na cerigaita iria servir de meio contraceptivo, mas, como a vontade apertava, arrisquei. Não só tinha dito que a tinha engravidado, como tinha também que assumir a paternidade da criança.
"Ichika comboca!" - disse eu
"Lianti pu... lianti pu.." - disse ela
"Quet xal cu?" - disse eu
"Itap..." - disse ela
"Boni toni" - disse eu
"Boni." - disse ela
Pronto, ficou tudo resolvido pelo melhor. Combinamos levá-la a Espanha, a uma clinica clandestina, para abortar. Resolvido este problema, pude finalmente chegar junto do vulcão que, diga-se, estava quente como um forno quente.

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